"Cabeça-de-cabra"
Segunda, 30 de junho

Gosto muitíssimo de jardinagem, embora nem sempre dedique tempo suficiente a ela em minha vida agitada. Há miríades de lições a serem aprendidas cavando a terra, plantando uma semente pela fé, cuidando das necessidades da planta e testemunhando o milagre da vida e do crescimento. Mas um aspecto da jardinagem que não aprecio de modo particular é a erradicação de ervas daninhas. Consome tempo, exige esforço e às vezes é dolorosa. Contudo, se for feita com certa frequência, fica muito mais fácil da próxima vez.
Uma erva daninha encontrada em nossa região tem o apelido de "cabeça-de-cabra", por causa dos chifres pontudos que a deixam semelhante à cabeça de uma cabra. À primeira vista, a erva é uma planta enganosamente bonita. As folhas verdes, rendadas, e as delicadas flores amarelas servem de camuflagem para as farpas por baixo. As plantas crescem abundantemente e cobrem virtualmente tudo em seu caminho. Quando alguém chega a perceber que as bonitas plantas são na verdade insidiosas e representam uma ameaça ao jardim, elas já são difíceis de remover. Elas não só firmaram as raízes no solo, mas seus espinhos tornam a remoção um processo tedioso e consumidor de tempo. Mesmo depois que as plantas foram arrancadas, algum "chifre" que ficou durante a remoção pode ocultar-se no solo e produzir novas plantas por até sete anos.
Toda vez que vejo uma "cabeça-de-cabra", lembro-me do diabo. Os chifres não só se parecem com a arquetípica figura da cabeça do diabo, com chifres, mas sua presença num jardim é muito semelhante à do diabo e do pecado em nossa vida. O diabo disfarça o pecado com a enganosa beleza inicial que apresenta e com a diversão que parece promover. Mas, no momento em que o perigo se revela, o diabo já fincou suas raízes e ocupou outros espaços essenciais à saúde e à vida. Ele não tem planos de sair sem uma luta. Felizmente para nós, o Pai celeste está ansiosamente pronto e disposto a arrancar do nosso coração as ervas daninhas do diabo, embora as venenosas farpas do pecado machuquem enquanto são removidas. Devemos estar sempre alerta, porque, uma vez tendo o pecado entrado no coração, pode facilmente brotar de novo nos anos que vêm pela frente. Devemos todos os dias apoiar-nos em nosso Jardineiro celestial, nosso Salvador, para que cuide do nosso coração e o conserve livre de ervas daninhas."
Roxie L. Graham-Marski